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O comentário preconceituoso de Divaldo Franco e como ele feriu a doutrina que ele pensa representar

Divaldo Franco, tido pelos seus seguidores como a maior liderança "espírita" da atualidade e sábio incontestável (sic), é um dos responsáveis pela deturpação da doutrina e pela inserção de ideias estranhas e conceitos equivocados que vem desviando o foco dos seguidores, colocando-os diante questões fúteis e delirantes.

O médium baiano, de formação católica, se encaixa perfeitamente no perfil de falso profeta alertado por Erasto, pois costuma ser bastante prolixo e rebuscado, nunca deixando claras as suas ideias. Mesmo assim posa de "sábio absoluto", daqueles que alegam conhecer todos os segredos do universo e de ter respostas para todas as questões. 

Com admiradores fanáticos a defendê-lo com o mais profundo ódio a críticas, mesmo sensatas, Divaldo deu uma declaração que soa preconceituosa, embora tenha coerência com o dogmatismo defendido pela versão deturpada da doutrina, que usa o nome de Allan Kardec apenas para se promover. Aliás, uma declaração que vai totalmente contra ao Espiritismo original e vamos apontar os erros presentes na declaração. 

Ela foi dada em uma entrevista para um portal português dedicado ao deturpado "Espiritismo" brasileiro, que defende as práticas e teorias estranhas inseridas nele. Não é preciso dizer que o site tratou Divaldo como Oráculo, um sábio "incontestável" que conhece todos os segredos do universo. Vamos à parte em que ele dá a infeliz declaração, prolixa e rebuscada, como de costume. Depois o nosso comentário:

14 – Quem são os Espíritos das pessoas que morrem no Mar Mediterrâneo, em busca de uma vida melhor?

DF – No campo das deduções e de acordo com o meu pensamento, penso que aqueles que estão hoje, de volta à Europa, são os antigos colonizadores que deixaram, até hoje, a América Latina na miséria.
Como foi negado todo o direito aos seus residentes, como aculturaram os selvícolas, destruindo culturas veneráveis, pela Lei de Causa e Efeito aqueles estão retornando hoje à pátria, no estado de miséria, e que ameaçam os próprios países de onde saíram, para, um dia, buscarem a fortuna para o conforto europeu. Mas, também me recordo dos grandes problemas que estão a acontecer no antigo Levante, graças às tropas muçulmanas. (...)

Divaldo comete vários erros de acordo com a doutrina original. Estes erros são infelizmente consagrados pelo "Espiritismo" brasileiro, pois nunca entenderam Kardec, aceitaram as ilusões igrejeiras que faziam parte da fé de Chico Xavier, um beato católico considerado sua maior liderança, transformando o que deveria ser uma ciência da não-matéria em uma gororoba religiosa de fé cega e cheia de contradições.

Vamos aos erros cometidos por Divaldo observados na declaração acima:

- Faz um julgamento precipitado, sem verificar cada caso, sobre os refugiados, acusando-os de serem reencarnações de tiranos. Uma declaração irresponsável e grave, sem comprovação e com base exclusiva na crença particular ("... de acordo com meu pensamento, penso que...") do líder.

- Insiste na tal "lei de causa e efeito", refutada por espíritas legítimos (não-deturpadores), que na verdade é uma adaptação "espírita" ao sistema de punições/recompensas do Catolicismo medieval.

- Ignora a verdadeira intenção dos refugiados, que é a de construir em sua vida em paz em países que não sofram as degradações ocorridas nos países de origem. Divaldo sugere que os refugiados chegam a outros países para saquear, o que fatos comprovam como irreal.

- Se apega no estereótipo de que muçulmanos são terroristas e "do mal", ignorando as razões justas que fazem este povo se revoltar - de forma equivocada, é verdade - contra outras nações que os dominam como a dos EUA.

- Crença no maniqueísmo bom x mal (contradito em outra parte da entrevista, não reproduzida aqui), como se a maldade pudesse desaparecer apenas com o prejuízo cruel imposto ao suposto vilão. Algo condizente com a medieval  Teologia do Sofrimento defendida intensamente nos últimos anos pelo "espiritismo" brasileiro.

- A própria linguagem prolixa e rebuscada presente na declaração indica falta de clareza e segundo Erasto, caracteriza a fala de um falso profeta, alguém disposto a enganar para obter a confiança de seus seguidores para posterior aceitação de ideias estranhas e absurdas. Divaldo é claro defensor da tese das "crianças índigo", de Astrologia e de Ufologia e de teses estranhas de seitas místicas.

- Se baseia na tese dos resgates coletivos, ignorando que cada caso é um caso e as responsabilidades são dadas individualmente e não a um grupo todo. O "Espiritismo" brasileiro adora cultuar falanges, acredita na tese de almas gêmeas e vê algo de místico nos irmãos gêmeos, o que mostra um certo desprezo às individualidades, talvez acreditando numa versão tosca de panteísmo.

- Fora o preconceito anti-altruísta, sub-entendido no comentário de Divaldo contra os refugiados, tratando-os como "bárbaros" e talvez achando que seria melhor que eles permanecessem em suas terras em conflito para aguentar o terrível sofrimento (lá vem a Teologia do Sofrimento novamente...) ocorrido em suas cidades de origem.

Estes são os erros que conseguimos achar na declaração  de Divaldo, que ingenuamente é tratado como maior liderança atual do "Espiritismo" quando na verdade não passa de outro charlatão deturpador que usa a pose estereotipada de sábio para angariar a confiança necessária para aumentar o "rebanho" da Igreja "Espírita" e consagrar uma série de absurdos doutrinários.

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